Resenha: Coração Ferido - Chelsea Cain

Livro:  Coração Ferido 

ISBN :  9788560280193


Autor: Chelsea Cain  

328 páginas

Ano: 2007

Editora: Suma das Letras 

O detetive Archie Sheridan passou dez anos perseguindo Gretchen Lowell, uma estonteante serial killer, mas foi ela quem o capturou. Dois anos atrás, Gretchen aprisionou-o e torturou-o por dez dias, mas, em vez de matá-lo, ela surpreendentemente o deixou partir, entregando-se à polícia.Agora ela está na cadeia pelo resto da vida enquanto Archie se vê em outro tipo de prisão – viciado em analgésicos, incapaz de voltar à sua antiga vida e sem forças para apagar aqueles dez dias horrendos de sua lembrança. Sua mulher, de quem se afastou, diz que o velho Archie não existe mais, e ele concorda. As visitas a Gretchen são semanais, com a justificativa de que só ele pode fazê-la confessar onde estão os corpos das vítimas. Mas Archie sabe qual o real motivo – ele simplesmente não consegue ficar longe dela.Quando outro criminoso começa a seqüestrar meninas em Portland, Archie tem que se recompor para liderar uma nova força-tarefa que investigará os assassinatos. Uma repórter jovem e determinada, Susan Ward, acompanha o trabalho do grupo, o que desencadeia um jogo mortal entre Archie, Susan, o novo serial killer e até Gretchen. Eles têm um maníaco para capturar, e talvez isso liberte Archie de Gretchen de uma vez por todas.

Olá pessoas! Chegando aos 45 do segundo tempo para postar a resenha do Desafio Literário de março. O tema me atraiu muito, já que sugeria livros de Seriais Killers, e para quem me conhece sabe que eu amo o tema!!! Mas garanto que sou muito normal ok? Rsrsrsrs.

O livro escolhido foi Coração Ferido, o primeiro livro da uma trilogia, escrita por Chelsea Cain, que conta a história de Gretchen , uma serial killer e Archie o policial que a prendeu, e que agora está tentando capturar mais um assassino em série. Dois anos antes da época em que se passa o livro, Archie foi capturado por Gretchen durante a investigação do seu caso.  Após tortura-lo, ela o libertou e acabou se entregando para a polícia, sendo condenada a prisão perpetua.

A capa é bem bonita, bem “sangue” e faz menção a um acontecimento importante do livro e a diagramação está ótima, letras de bom tamanho e espaçamento que não tornaram a leitura cansativa.

O livro inicia com a volta de Archie a força tarefa criada para combater assassinos em série e com a convocação de uma jovem repórter, Susan Ward, para acompanha-lo durante a investigação. Archie tem muitas cicatrizes e traumas e ainda vive a base de remédios, mais precisamente analgésicos.  Largou a família e passa o tempo inteiro sobre o olhar vigilante de seu ex-parceiro Henry.

O livro tem uma narrativa bem intensa, havia começado a ler e planejava parar no capítulo quinto, mas quando percebi já estava quase no vigésimo. Apesar das cenas pesadas, de descrição de crimes, de tortura e violência e guerras psicológicas, a leitura é dinâmica, e você nem sente passar. A maioria dos capítulos é curta e alternam entre o caso atual e as lembranças de Archie da época do cativeiro com Gretchen.

Os elementos de todas as boas histórias de seriais killers estão presentes: detalhes que fazer toda a diferença, elementos que a principio parecem desconexos, mas que com o tempo fecham um grande quebra cabeça, muito palavrão e violência e até uma profiler (o que eu amei, já que adoro a série Criminal Minds, rsrsrs). Archie mostra ser muito bom no que faz e parece não ter seu raciocínio abalado pelo excesso de medicamentos.  Apesar disso é uma figura sombria, obscura e muito traumatizada pelos acontecimentos do caso Beleza Mortal. E apesar de quase ter sido morto, ele mantém uma relação doentia de dependência ( e quem sabe amor?) com sua sequestradora e quase assassina Gretchen.  Visita a serial killer com frequência e quase tudo o remete a ela.  E ao longo do livro, percebemos como essa relação foi construída, em seus detalhes mais sinistros.

Adorei ler um livro de serial killer feminino, já que segundo as estatísticas do mundo real, são bem raras. Gretchen é bem cruel e manipuladora, e consegue sempre alcançar seus objetivos. Realmente uma personagem marcante, forte e que tenho certeza que vai me surpreender mais ainda nos próximos livros da série. E é um personagem bem construído, bem profundo e misterioso.

Gostei muito da narrativa da autora, do rumo que ela deu a trama e foi impossível largar o livro antes de saber não somente o desfecho do caso em que Archie está trabalhando, mas também de sua relação com Gretchen. O fato de conhecermos as características psicológicas dos personagens ao longo da trama, bem como as histórias e dramas pessoais, criou um clima de mistério e tensão perfeitos. E não faltou uma pitada de ironia e sarcasmo nas falas de Archie, Susan e Gretchen.

Apesar das cenas de violência e de algumas descrições parecerem pesadas, acredito que isso deu mais realidade a história. Chelsea criou uma psicopata brilhante que com certeza daria muito trabalho se existisse realmente.  Só senti falta de saber mais sobre os motivos que levaram Gretchen a se tornar assassina em série, espero descobrir isso nos próximos livros.

Para mim que adoro o gênero, o livro foi um prato cheio: intenso, dinâmico, tenso e cheio de reviravoltas. Se você quiser conhecer como funciona a mente doentia de uma mulher serial killer, Coração Ferido é uma boa pedida.  Mas é aquele tipo de livro que uma resenha não vai conseguir esgotar tudo o que precisa ser dito, é o tipo de livro que você tem que ler para descobrir se vai gostar ou não. Vou ficando por aqui, aguardando os comentários, bjnhos e até a próxima, Pri.