sábado, 21 de maio de 2011

Resenha : Apátrida - Ana Paula Bergamasco

Livro:  Apátrida
 
ISBN :  9788599721148
 
Autor: Ana Paula Bergamasco

338páginas

Ano : 2010

Editora : Todas as Falas
 
Uma pequena vila na Polônia. Uma menina repleta de vida. Um encontro. Vidas Ceifadas. Sonhos Destruídos. Infâncias Roubadas. As recordações da personagem Irena amarram o leitor na História do Século XX. Baseado no estudo dos fatos que marcaram a época, o palco da narrativa é a conturbada Europa pós Primeira Guerra Mundial, culminando com a eclosão da Segunda Grande Guerra e a destruição que ela provocou na vida de milhões de pessoas. A narradora conduz a exposição em primeira pessoa, e remete o leitor a enxergar, através de seus olhos, o cotidiano a que ficou submetida. É um relato humano, sincero e envolvente que revela a passagem da vida infantil feliz da menina, para o tumulto da existência adulta, cheia de contradições.


Olá pessoas, estamos de volta com mais uma resenha. Fico feliz de falar de livros nacionais que adorei ler. Apatrida foi um dos melhores livros que li esse ano e acho que desde que criei o blog. Participei do booktour do livro promovido pela autora Ana Paula Bergamasco. Obrigada Ana pela oportunidade.
Apatrida conta a história de Irena, uma jovem polonesa e sua vida no pré, durante e pós Segunda Guerra Mundial. A leitura do livro foi muito difícil, não por causa da escrita de Ana, que alias é maravilhosa e envolvente, mas porque o tema tratado mexe muito comigo: campos de concentração, holocausto, são temas que me deixam muito sensibilizada, tenho até uma certa resistência em ler ou ver filmes e documentários sobre o assunto.
A vida de Irena sempre foi muito difícil, ela era uma dos 8 filhos de um casal de camponeses poloneses cristãos ortodoxicos e cresceu num lar muito humilde, sem quase nenhum recurso. Ainda pequena Irena sofre privações e perdas que a marcam profundamente. E é durante um trágico acontecimento em sua família, que ela conhece Jacob, filho de judeus. A amizade das crianças amadurece durante o tempo, mas por diferenças sociais e religiosas eles acabam se separando.
A capa do livro é linda, e acho que passa bem o clima que nos espera durante a leitura.  Um drama que deveria ser lido por todos as pessoas para que o ocorreu durante esse período da nossa historia não seja esquecido, e o mais importante, não se repita. A leitura do livro me proporcionou muitas lagrimas e uma reflexão sobre a que ponto a maldade humana pode chegar.  As lagrimas são resultado de uma escrita envolvente , que nos faz sentir o que o personagem sente, compartilhando a sua dor e sofrimento e vibrando para que tudo acabasse bem com Irena.
Irena se casa e muda-se da Polônia, tem seu primeiro filho e sua vida ia muito bem ate que é atingida pela Guerra e o avanço de Hitler.  A onda de terror e destruição alcança Irena e sua família, que se vê despedaçada e submetida a humilhações para conseguir sobreviver durante a Guerra.  Irena vivencia situações cada vez mais desesperadoras, ate que acaba presa em um campo de concentração, onde seu martírio realmente começa. A descrição das paisagens e dos fatos históricos revela uma pesquisa cuidadosa da autora. Irena não é um personagem real, mas com certeza seus relatos devem ser muito parecidos com aqueles dos sobreviventes reais dos campos de concentração. Gostei muito de como Irena relaciona os fatos mais recentes de sua vida, quando ela já esta no Brasil, com os fatos de sua vida durante a Guerra. O modo como Ana trabalha isso, essa ida e vinda nos fatos não tornam a leitura confusa, pelo contrario, a torna dinâmica e nos permite ate mesmo “respirar”, já que o clima do livro é muito denso.
Apesar da crueldade da guerra, vemos na narrativa de Irena, que ela encontra varias pessoas que mesmo numa situação extrema de sobrevivência, são solidários com ela e em vários momentos ela reflete também sobre os motivos que levam as pessoas a agirem das maneiras como agiram nas situações de Guerra. O que mais me comoveu no livro foi a força do amor que Irena nutria por Jacob e o quanto esse amor, apesar de cada vez mais distante por causa da guerra, a ajudou a sobreviver. Ao narrar sua historia, a protagonista nos leva a refletir sobre a natureza humana e sobre o quanto o tempo pode amenizar feridas e também transformar pessoas e sentimentos.
Mesmo no pós-guerra, quando Irena já está no Brasil, vivencia situações difíceis e muitas vezes acaba superando-as quando relembra os momentos duros da vida de prisioneira. As marcas da Guerra são evidentes no temperamento e personalidade de Irena e apesar disso, ela luta para levar uma vida normal, na medida do possível.  Torci muito para que Irena conseguisse ter um destino feliz, pois sofreu muito e merecia uma trégua da vida.
Por mais que eu fale de Apátrida, acho que jamais vou conseguir traduzir o quanto esse livro me fez refletir sobre o ser humano e o quanto admiro Ana Paula pela bela obra! Acho que esse livro deveria ser lido nas escolas, ser o mais divulgado possível. Assistindo uma palestra de um sobrevivente do Holocausto, ele disse que fazia isso para que as pessoas não se esquecessem do que aconteceu com ele e com os judeus e demais povos que não se renderam a Hittler. E acho que apesar de não ser real, a historia de Irena também tem essa função.  Parabéns Ana Paula e obrigada por nos presentear com esse belo livro. É isso aí pessoas, ate a próxima resenha, bjnhos Pri

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12 comentários:

  1. Oi Pri :)
    Acho a capa desse livro linda *-*
    Mas acho que eu não consiguiria ler :( Pois como você tenho "um certo bloqueio" com temas assim!
    Pela sua resenha, o livro deve ter uma história tocante e que ensina muita coisa para o leitor!
    Parabéns!

    :*
    Mi
    Inteiramente Diva

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  2. adorei a resenha. Amo de paixão livros que falam sobre guerras e a luta dos povos que fugiam e resistiam a opressão. Da maneira geral eu, com toda certeza, vu colocar esse livro na minha lista de "leia mais tarde PATY,POR FAVOR", por que historias como essas são emocionantes e fabulosas.
    parabéns pela resenha e parabenizo também a autora pro escrever uma obra que esta sendo bem elogiada.
    Parabéns!
    Paty

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  3. Querida, fiquei muito feliz com os seus comentários e com a sua emoção ao ler Apátrida.

    Um grande beijo, Ana

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  4. São esses livros que mexem conosco que, sem dúvida, são os melhores. É um daqueles que nos faz parar e refletir sobre nós mesmos.

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  5. Amo esse tipo de história , acho bem legal pois da pra você viajar para uma época diferente ....
    Esse tipo de livro que nem disse a Patrícia Camargo faz com que agente pare e reflita sobre nós mesmos ,faz com que nó comecemosa dar valor ao que temos hj .
    Vamos galera comentem ...
    Entrem no meu site, sigam e divulguem para ajudar http://girlsebooks.blogspot.com/
    Beijockas

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  6. Esse livro é a minha cara!!
    me identifiquei totalmente!
    E essa capa é lindaaaaaa D+

    Valeu pela resenha Pri

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  7. OI o livro parece bem denso, mas vou encarar na booktour do selo brasileiro, Parabens pela resenha!
    beijos
    Susana

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  8. Já ouvi falar tanto desse livro. Dizem que é incrível. Tenho muita vontade de ler, ainda mais sendo ancional.

    Beijinhos...
    www.viajenaleitura.com.br

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  9. Sua resenha está ótima!
    Também amei Apátrida é realmente comovente e inspirador.
    Garota Eclética

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  10. Ótima resenha.
    Tenho uma amiga que leu esse livro e ela disse que ele é ótimo, porém ela não conseguia ler duas páginas sem começar a chorar.
    Adoro romances históricos, tenho certeza que vou adorar ler esse.
    Autores brasileiros tem se mostrado cada vez melhor.

    bjks
    Sam

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  11. e otima a resenha
    adoro esse livro
    so falta o marcador né

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